sexta-feira, 16 de maio de 2008
CHATEAUBRIAND (2)
CHATEAUBRIAND
Em
O Gênio do Cristianismo
“Ora o instinto exclusivo do homem, o mais belo, o mais moral dos instintos, é o amor a pátria.
Se esta lei não fosse sustentada por um milagre sempre subsistente, e ao qual, como a tantos outros, não prestamos atenção alguma, os homens precipitar-se-iam nas zonas temperadas, deixando o restante do globo deserto.
Calculem-se quantas calamidades surdiriam desta congregação do gênero humano num só ponto da terra!”
“Digam-nos desde já: se a alma se extingue na sepultura, donde nos vem o desejo da felicidade que nos atormenta?
As nossas paixões terrenas fàcilmente se fartam: amor, ambição, cólera, têm uma segura plenitude no gozo; a ânsia de felicidade é a única que carece de satisfação como de objeto, porque se não se sabe o que é esta felicidade que se quer.
Força é concordar que, se tudo é matéria, a natureza neste caso, enganou-se estranhamente, fez um sentimento sem aplicação”.
“Este amor não é tão santo como a piedade conjugal; nem tão gracioso como o sentimento dos pastores; mas, mais incisivo que ambos, devasta as almas onde impera.
Sem o apoio da gravidade matrimonial, ou da inocência dos costumes pastoris, alheio a prestígio estranho, este amor é a quimera, a demência, a substância de si próprio.
Ignorada do artista, porque trabalha, e do agricultor, porque é simples, esta paixão só medra nas classes sociais onde o ócio nos deixa gemer sob o peso do nosso coração com seu imenso amor-próprio e suas eternas inquietações”.
(Sobre o amor apaixonado)
CHATEAUBRIAND, François-René de. O Gênio do Cristianismo. V. 1. Tradução de Camilo Castelo Branco. Prefácio de Tristão de Ataíde. Rio de Janeiro/São Paulo/ Rio/ Porto Alegre: W. M. Jackson Inc. Editores, 1952.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/François-René_de_Chateaubriand
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