segunda-feira, 1 de setembro de 2008
GEORGE BERKELEY
George Berkeley
Em
Princípios do Conhecimento Humano
“É estranho, certamente, que prevaleça entre os homens a opinião de que as casas, as montanhas, os rios e, numa palavra, todos os objetos sensíveis têm uma existência natural ou real, diferente da de seu ser percebido pelo entendimento.
Mas por maior que seja a segurança e a aquiescência que no mundo se dá a este princípio, quem quer que faça questão dele no íntimo de seu coração se dará conta de que dito princípio implica uma contradição manifesta.
Pois, que são os objetos acima mencionados senão coisas percebidas pelo sentido?
E o que percebemos além de nossas próprias idéias ou sensações?”
“Vamos repeti-lo: o grande e o pequeno, o rápido e o lento não existem em nenhuma parte fora da mente, pois são inteiramente relativos e mudam segundo as variações de estrutura ou de posição dos órgãos dos sentidos.
Portanto, uma extensão que existisse fora da mente não seria grande nem pequena, e um movimento que existisse fora da mente não seria nem rápido nem lento, isto é, não seriam nada em absoluto”.
“A dureza ou a brandura, a cor, o sabor, a temperatura, a figura e outras qualidades semelhantes que, juntadas umas com as outras, constituem as diversas classes de provisões e vestidos, existem somente, como já se mostrou, na mente que as percebe”.
“Eu não estou argumentando na contramão da existência de qualquer coisa que possamos aprender, seja pelos sentidos ou pela reflexão.
Não faço a menor questão de, se as coisas que vejo com meus próprios olhos e toco com minhas mãos existem realmente.
A única coisa cuja existência negamos é isso que os filósofos chamam matérias ou substância corpórea.
E ao eliminá-la, o resto da humanidade não sofre o menor dano, nem tampouco me atrevo a dizer – não perderá nada”.
“Não estamos aqui advogando em favor de que um homem se torne cético e desacredite de seus sentidos.
Muito pelo contrário, estamos dando aos sentidos toda a força e apoio imagináveis”.
BERKELEY, George. Princípios do Conhecimento Humano. Tradução: André Campos Mesquita. São Paulo: Escala, 2006.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/George_Berkeley
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