terça-feira, 9 de setembro de 2008
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
Jean-Jacques Rousseau
Em
Discurso sobre as ciências e as artes
“Antes de a arte modelar as nossas maneiras e ensinar as nossas paixões a falar uma linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos, porém naturais: e a diferença dos procedimentos anunciava, ao primeiro golpe de vista, a dos caracteres.
A natureza humana, no fundo, não era melhor: mas, os homens encontravam sua segurança na facilidade de se penetrarem reciprocamente: e essa vantagem, cujo valor não sentimos, lhes evitava muitos vícios”.
“Hoje, que pesquisas mais sutis e um gosto mais fino reduziram a arte de agraciar a princípios, reina nos costumes uma vil e enganadora uniformidade, parecendo que todos os espíritos foram atirados num mesmo molde: a polidez sempre exige, o decoro ordena; sem cessar, todos seguem os usos, jamais o seu próprio gênio.
Ninguém mais ousa parecer aquilo que é; e, nesse constrangimento perpétuo, os homens que formam esse rebanho chamado sociedade colocados nas mesmas circunstâncias farão todos as mesmas coisas, se motivos mais poderosos não os desviarem.
Jamais saberemos bem a quem nos dirigimos: precisamos, pois, para conhecer um amigo, esperar as grandes ocasiões, isto é esperar que não haja mais tempo, pois que é precisamente nesse tempo que seria essencial conhece-lo”.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre as ciências e as artes. Sem indicação do tradutor. Apresentação: Nélson Jahr Garcia. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000012.pdf
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau
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