terça-feira, 26 de maio de 2009

RAIMUNDO CORREIA



O Vinho de Hebe
(Raimundo Correia)





Quando do Olimpo nos festins surgia
Hebe risonha, os deuses majestosos
Os copos estendiam-lhe, ruidosos.
E ela, passando, os copos lhes enchia...

A Mocidade, assim, na rubra orgia
Da vida, alegre e pródiga de gozos,
Passa por nós, e nós também, sequiosos,
Nossa taça estendemos-lhe, vazia...

E o vinho do prazer em nossa taça
Verte-nos ela, verte-nos e passa...
Passa, e não torna atrás o seu caminho.

Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios
Restam apenas tímidos ressábios,
Como recordações daquele vinho.







BANDEIRA, Manuel. Antologia dos poetas brasileiros - Fase parnasiana. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1967.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Raimundo_Correia

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