sexta-feira, 1 de maio de 2009

G. E. MOORE



George Edward Moore
Em
Estudos Filosóficos.






“... a linguagem não nos oferece quaisquer meios de referência a objetos tais como “azul”, “verde” e “doce” senão o de lhes chamarmos sensações; e é uma evidente violação de linguagem chamar-lhes “coisas”, “objetos” ou “termos”.

De igual modo não temos meio de nos referirmos a objetos tais como “causalidade”, “igualdade”, “identidade” senão chamando-lhes “idéias”, “noções” ou “conceitos”.

Mas não é nada provável que, se outrora os filósofos tivessem estabelecido a distinção entre uma sensação ou idéia e aquilo a que chamei o objeto delas, não tivesse havido um nome distinto para este último.

Usaram sempre o mesmo nome para designar estas duas “coisas” (se assim lhes posso chamar) tão diferentes, e daí o haver certa probabilidade de que eles supuseram não serem tais “coisas” duas e diferentes, mas sim uma e a mesma.

Em segundo lugar, compreende-se bem que assim tenham pensado pelo fato de, quando nos reportamos à introspecção e tentamos descobrir o que seja a sensação de azul, ser muito fácil supor que estamos em presença dum termo simples.

O termo azul distingui-se facilmente, mas o outro elemento a que chamamos – “consciência” – aquilo que é comum à sensação de azul e à de verde, é extremamente difícil de fixar.

O fato de haver materialistas prova à evidência que muitos não conseguem distingui-lo.

Em geral, aquilo que faz com que a sensação de azul seja um fato mental, parece escapar-nos; se me é permitido usar uma metáfora, parece ser transparente – olhamos através dele e não vemos senão o azul; pode ficar-se convencido de que há alguma coisa mais, mas o que isso seja nenhum filósofo ainda descobriu com clareza”.







MOORE, G. E. Estudos Filosóficos. Tradução de Maria Angelina Rodo. Coimbra: Atlântida, 1967.

Sobre G. E. Moore clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/George_Edward_Moore

Um comentário:

Anna Flávia disse...

ela não foi sorteada.. mas vou mandar uma pra ela. =)

beijo.