segunda-feira, 11 de junho de 2007

FERNANDO PESSOA (4)

O GUARDADOR DE REBANHOS
(Alberto Caeiro)

XXIX - Nem Sempre Sou Igual

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés
— O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...

O texto integral de O Guardador de Rebanhos está disponível em: http://www.cfh.ufsc.br/~magno/guardador.htm

2 comentários:

Carol Rocha disse...

Não tão de bom gosto como os textos que vc escolhe. Fernando Pessoa, Manuel Bandeira...

Não conheço quase nada da obra deles. Só sei que foram geniais!

Um abraço,

Linda Graal disse...

Que maravilha!!!
essas Pessoas são realmente incríveis, não?! hehe

Um beijo grande!