quarta-feira, 4 de julho de 2007

ALPHONSUS DE GUIMARAENS

ALPHONSUS DE GUIMARAENS

SONETOS

IX

Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.

As estrelas dirão: – “Ai! nada somos,
Pois ela se morreu, silente e fria... ”
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.

A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.

Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: – “Por que não vieram juntos?”


Mais poemas do dito, procurem: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000013.pdf

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alphonsus_de_Guimaraens

4 comentários:

L.Reis disse...

Porque aqui muito se "sente" a poesia não resisto a espreitar...e aprender e ficar a conhecer...

Claudio Boczon disse...

Finíssimo!

Quando estive em Mariana, fui ao museu na casa onde ele morou.

Até então ele era para mim uma curiosidade devido ao nome e uma vaga recordação dos tempos de colégio, daí, vendo o ambiente onde ele viveu e escreveu, comecei a ler sua poesia com mais atenção.

Abração

AC disse...

Obrigado, James, pela visita ao Café Impresso. Um grande abraço.

Helena disse...

Estou a gostar de por aqui passar.
Muito culto o seu blog. Eu desconhecia por completo, Alphonsus de Guimarães. Estou de saída e satisfeita por levar mais conhecimento na minha "bagagem".

Abraço e obrigada por esta partilha.