A ALEGRIA DOS PEIXES
(Chuang Tzu)
Chuang Tzu e Hui Tzu
Atravessavam o rio Hao
Pelo açude.
Disse Chuang:
“Veja como os peixes
Pulam e correm tão livremente:
Isto é a sua felicidade”.
Respondeu Hui:
“Desde que você não é um peixe
Como sabe
O que torna os peixes felizes?”
Chuang respondeu:
“Desde que você não é eu,
Como é possível que saiba
Que eu não sei
O que torna os peixes felizes?”
Hui argumentou:
“Se eu, não sendo você,
Não posso saber o que você sabe
Daí se conclui que você,
Não sendo peixe,
Não pode saber o que eles sabem”.
Disse Chuang:
“Um momento:
Vamos retornar
À pergunta primitiva.
O que você perguntou foi
“Como você sabe
O que torna os peixes felizes?”
Dos termos da pergunta
Você sabe evidentemente que eu sei
O que torna os peixes felizes.
“Conheço as alegrias dos peixes
No rio
Através de minha própria alegria, à medida
Que vou caminhando à beira do mesmo rio”.
CHUANG TZU, considerado o maior escritor taoista de cuja existência se tem notícia, escreveu sua obra no final do período clássico da filosofia chinesa, de 550 a 250 aC.
MERTON, Thomas. A Via de Chuang Tzu. Petrópolis: Editora Vozes, 1974.
terça-feira, 3 de julho de 2007
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3 comentários:
Seria algo do tipo "vemos nos outros o que temos em nós"?
Beijo
E brigada' pela gentileza.
;)
Bom texto, James, e parabéns pela escolha do Escher para cabeçalho do seu blog. É um dos pintores que mais admiro, sobretudo pela matemática pura que ele sabia transformar em arte.
Vou voltar mais vezes.
bjs
ana
Texto sábio e interessante!
Beijos
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