SENHORA POR QUEM SOIS…
(Menotti Del Picchia)
Senhora, por quem sois, não sejais minha,
que o bem que aspiro é um mal para nós dois.
Sede insensível como terna sois
à paixão que vos tenta e me espezinha.
Não cedais. Resisti. Morra sozinha
esta chama. Soframos hoje, pois,
mais vale ora penar que ver, depois,
que o bem que se sonhou só mal continha.
A ansiedade de agora é vã tristura
Comparada a essa angústia que não cansa
Do amor que se encaminha para o tédio...
Antes este amargor sem amargura,
este doido esperar sem esperança,
que arrepender-se sem ter mais remédio.
LOUSADA, Wilson (Org.) Cancioneiro do Amor. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1952.
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
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2 comentários:
James,
Mais tarde virou Concretista, pena... Muito bom nesse poema.
Abraço
gostei muito
um bjo
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