Soneto XLIV
(Pablo Neruda)
SABERÁS que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo todavia.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desditoso.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.
NERUDA, Pablo. Cem Sonetos de Amor. Tradução de Carlos Nejar. Porto Alegre: L&PM, 1987.
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
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8 comentários:
neruda...
o grande mestre...
jamais alguem conseguira escrever como ele a essencia do amor...
Um lindo poema de Pablo Neruda!
Beijos
Gosto muitoooooo de Neruda!
Beijinhossss
traduzindo: sempre te amo... !!
era de acto o que acontecia com neruda...:)
beijO
Eu AMO ess soneto do Neruda! É o meu preferido!
Beijo
"SABERÁS que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,"
E é tão difícil, tantas vezes, equilibrar a balança da vida! Mas sem dúvida que se deixarmos o amor encarregue dessa missão... não há ilusão que nos afecte!;)
Um beijinho
devolva o neruda que vc me tomou e nunca leu!
eu amo neruda...
muito bonito
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