domingo, 16 de setembro de 2007

SCHOPENHAUER (2)

SCHOPENHAUER


”Quando o instinto dos sexos se manifesta na consciência individual de um modo vago e geral, e sem determinação precisa, é, fora de todo o fenômeno, a vontade absoluta de viver que se manifesta.

Quando num ser consciente, o instinto do amor se especializa sobre um indivíduo determinado, não é no fundo senão essa mesma vontade que aspira a viver num ser novo e distinto, exatamente determinado.

E, neste caso, o instinto do amor inteiramente subjetivo faz ilusão à consciência, e sabe perfeitamente disfarçar-se com a máscara duma admiração objetiva.

Porque a natureza tem necessidade deste estratagema para alcançar os seus fins.

Por desinteressada e ideal que possa parecer a admiração por uma pessoa amada, a mira final é, na realidade, a criação de um ser novo determinado na sua natureza: o que prova é que o amor não se contenta com um sentimento recíproco, mas exige a posse mesma, o essencial, isto é, o gozo físico”.




SCHOPENHAUER, Arthur. Amor, Mulheres e Casamento. Tradução de Fernandes Costa. São Paulo: Distribuidora de Publicações, s/data.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Schopenhauer

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