domingo, 30 de setembro de 2007

PASCAL (5)

Pensamentos
(Blaise Pascal)


205 – Quando penso na pequena duração da minha vida, absorvida na eternidade anterior e na eternidade posterior, no pequeno espaço que ocupo, e mesmo que vejo, fundido na imensidade dos espaços que ignoro e que me ignoram, aterro-me e assombro-me de ver-me aqui e não alhures, pois não há razão alguma para que esteja aqui e não alhures, agora e não em outro momento qualquer.
Quem me colocou nestas condições?
Por ordem e obra de quem me foram designados este lugar e este momento?

206 – O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora.

207 – Quantos reinos nos ignoram!



PASCAL, Blaise. Pensamentos. Tradução de Sérgio Milliet. São Paulo: Nova Cultural, 1988.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Blaise_Pascal

4 comentários:

L.Reis disse...

Assusta...é verdade...
Este quase nada que somos...com o tempo a esfarelar-se entre os dedos, sem porques para os nossos porquês...

Anna Flávia disse...

Acho que nós mesmos nos colocamos onde estamos e onde estaremos, né não?


Beijo

Helena disse...

Boa reflexão. São questões que coloco a mim mesma muitas vezes.
Gostei.

Carol Rocha disse...

Ah, James, não tenha dúvida que estamos exatamente onde deveríamos estar. Nem mais para lá, nem mais para cá. rs

beijo grande!