ÊXTASE
(João da Cruz e Sousa)
Quando vens para mim, abrindo os braços
Numa carícia lânguida e quebrada,
Sinto o esplendor de cantos de alvorada
Na amorosa fremência dos teus passos.
Partindo os duros e terrestres laços,
A alma tonta, em delírio, alvoroçada,
Sobe dos astros a radiosa escada
Atravessando a curva dos espaços.
Vens, enquanto que eu, perplexo d’espanto,
Mal te posso abraçar, gozar-te o encanto
Dos seios, dentre esses rendados folhos.
Nem um beijo te dou! abstrato e mudo
Diante de ti, sinto-te, absorto em tudo,
Uns rumores de pássaros nos olhos.
CRUZ E SOUSA, João da. A POESIA INTERMINÁVEL DE CRUZ E SOUSA.
Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2101
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruz_e_Sousa
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
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3 comentários:
ah, que massa! uma banda fez versão! será que foi kid abelha? não consigo lembrar.
beijo
tadinho...ai os folhos!! :))
beijO
tudo é sempre esse espanto, esse absurdo!
Beijos...
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