sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
LA FONTAINE
A GRALHA ENTRE OS PAVÕES
(La Fontaine – Trad. Curvo Semedo)
Pavão que andava na muda,
Sua plumagem largou,
E uma gralha presunçosa
Com ela o corpo adornou.
Entre um rancho de pavões
Atrevida se meteu,
Até que um dos camaradas
A impostora reconheceu.
Passou palra aos companheiros,
Que em cima dela saltaram,
E não só o adorno alheio,
Mas o próprio lhe tiraram.
Voltou para as companheiras,
Que do sucesso informadas,
A baniram do seu rancho
Ao som de mil apupadas.
O que sucedeu à gralha
Aos homens pode convir;
Aquele que alheio veste,
O vem na praça a despir.
Este caso, além do exposto,
Serve também de lição
A todos os que procuram
Parecer mais do que são.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_de_La_Fontaine
OLIVEIRA, Ary de (Seleção e Prefácio) Poesia – 1o. Volume. Rio de Janeiro/ São Paulo/ Porto alegre: W. M. Jackson Inc. Editores, 1950.
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3 comentários:
James, seu blog é o mais culto que conheço. rs
ora...onde é que eu já vi
uma coisa
ASSIM? :)))
La Fontaine , "... as coisas nem sempre são como aquilo que nos parece... " Tanta coisa boa, hein. Vamos ver sempre este bolg, pois seu criador é uma pessoa incrível. Denise.
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