quinta-feira, 24 de abril de 2008

ANTERO DE QUENTAL



AMOR VIVO
(Antero de Quental)






AMAR! mas d’um amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos arpejos,
Não sejam só delírios e desejos
D’uma doída cabeça escandecida...


Amor que viva e brilhe! luz fundida
Que penetre o meu ser – e não só beijos
Dados no ar – delírios e desejos –
Mas amor... dos amores que têm vida...


Sim, vivo e quente! e já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços
Como névoa da vaga fantasia...


Nem murchará o sol à chama erguida...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores.. se têm vida?






QUENTAL, Antero de. Antologia. Organização de José Lino Grunewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000027.pdf



Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antero_de_Quental

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