segunda-feira, 28 de abril de 2008

JUNG



Prefácio de C. G. Jung
pra a Introdução ao Zen-Budismo de D. T. Suzuki


(trecho)




“Cada acontecimento espiritual é uma representação e uma imaginação.
Não fosse assim, não haveria consciência nem fenomenalidade na ocorrência.
A própria imaginação é também uma ocorrência psíquica, e portanto pouco importa seja uma iluminação chamada de real ou imaginária.
O homem iluminado, ou que alega sê-lo, julga em qualquer dos casos que o seja.
O que outros pensam desse estado nada significa para ele, em relação a sua própria experiência.
Ainda que tivesse mentido, sua mentira seria um fato espiritual.
Sim, mesmo que todos os relatos religiosos nada mais fossem do que falsificações e invenções conscientes, um tratado psicológico muito interessante a respeito dessas mentiras poderia ser escrito com o mesmo tratamento científico com o qual se apresenta a psicopatologia das ilusões.
O fato é que a existência de um movimento religioso pelo qual inúmeras e brilhantes inteligências trabalharam durante muitos séculos é uma razão suficiente para fazer uma tentativa séria, capaz de trazer esses acontecimentos para dentro do reino da compreensão científica”.






SUZUKI, Daisetz Teitaro. Introdução ao Zen-budismo. Tradução de Murilo Nunes de Azevedo. Rio de Janeiro; Ed. Civilização Brasileira, 1961.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Gustav_Jung

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