sexta-feira, 4 de abril de 2008

MANUEL BANDEIRA (11)



PARDALZINHO
(Manuel Bandeira)

O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa,
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos




NEOLOGISMO
(Manuel Bandeira)

Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.






BANDEIRA, Manuel. Estrela da Vida Inteira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.

4 comentários:

Anônimo disse...

Qdo vi esse livro na estante de um gde amigo meu, não resisti e fui imediatamente comprar. Era inverno de 2000, eu estava no Paraná e trouxe comigo tantas e infinitas lembranças.
Lindo. Obrigada por acender um momento tão bom em mim.
Bjs,
Simone

Anna Flávia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anna Flávia disse...

eu dou a maior bandeira de que gosto do Manoel Bandeira. :)

beijo

Alessandra Espínola disse...

Me diga se M. Bandeira não é um fofo? É sim!