segunda-feira, 21 de abril de 2008

CASTORIADIS (2)



Cornelius Castoriadis
Em
INSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE E RELIGIÃO







“A humanidade emerge do Caos, do Abismo, do Sem-Fundo.

Ela emerge enquanto psique: ruptura da organização regulada do vivente, fluxo representativo / afetivo / intencional que tende a reportar tudo a si, e existe precisamente enquanto sentido continuamente procurado.

Sentido essencialmente solipsista, monádico – ou ainda: prazer de tudo reportar a si.

Essa procura, quando permanece absoluta e radical, só pode fracassar, e levar à morte do suporte vivente da psique e da própria psique.

Desviada de sua exigência originária total, essencialmente alterada, formada / deformada, canalizada, ela pode ser semi-satisfeita mediante a fabricação social do indivíduo.

Radicalmente inapta à vida, a espécie humana sobrevive criando a sociedade, e a instituição.

A instituição permite a sobrevivência da psique ao impor-lhe a forma social do indivíduo, ao lhe propor e impor uma outra origem e outra modalidade do sentido: a significação imaginária social, a identificação mediatizada com esta (com suas articulações), a possibilidade de tudo reportar a ela”.






CASTORIADIS, Cornelius. As Encruzilhadas do Labirinto / 2 – Os Domínios do Homem. Tradução: José Oscar Almeida Marques. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1987.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cornelius_Castoriadis

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