terça-feira, 29 de abril de 2008

GUY DEBORD (2)



Guy Debord
Em
A Sociedade do Espetáculo







“A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social levou, na definição de toda a realização humana, a uma evidente degradação do ser em ter.
A fase presente da ocupação total da vida social em busca da acumulação de resultados econômicos conduz a uma busca generalizada do ter e do parecer, de forma que todo o “ter” efetivo perde o seu prestígio imediato e a sua função última.
Assim, toda a realidade individual se tornou social e diretamente dependente do poderio social obtido.
Somente naquilo que ela não é, lhe é permitido aparecer”.


“À medida que a necessidade se encontra socialmente sonhada, o sonho torna-se necessário.
O espetáculo é o mau sonho da sociedade moderna acorrentada, que ao cabo não exprime senão o seu desejo de dormir.
O espetáculo é o guardião deste sono”.


“A alienação de espectador em proveito do objeto contemplado (que é o resultado da sua própria atividade inconsciente) exprime-se assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos ele compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo.
A exterioridade do espetáculo em relação ao homem que age aparece nisto, os seus próprios gestos já não são seus, mas de um outro que lhos apresenta.

Eis porque o espectador não se sente em casa em parte alguma, porque o espetáculo está em toda a parte”.






DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução em português: www.terravista.pt/IlhadoMel/1540. Parafrase em português do Brasil: Railson Sousa Guedes.
Disponível em:
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/socespetaculo.pdf

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guy_Debord

2 comentários:

un dress disse...

interessantíssima

reflexão.

aguda _______________

só não vê quem não quer...

ou não pode...?





beijO

L.Reis disse...

...às vezes surpreendo-me assim... perdida em reflexões alheias...espantada pela nudez da realidade que nos é apresentada.