sábado, 5 de abril de 2008

HEGEL (3)



Hegel
Em
Estética – A Idéia e o Ideal





“Enquanto dotados de inteligência finita, impressionam-nos os objetos exteriores e interiores, observamo-los, recebemos deles uma percepção sensível, deixamo-los alcançar a nossa representação, a nossa intuição, as abstrações, até do nosso intelecto pensante que os transforma em generalidade abstrata.

O caráter finito e não livre de todas estas operações provém da consideração dos objetos como independentes.

Por esse motivo, nós vamos atrás dos objetos, deixamo-los, por assim dizer, andar e mantemos presa a nossa representação à crença nos objetos, persuadidos como estamos de que os objetos só podem ser corretamente percebidos quando nos comportamos em passividade para com eles e reduzimos toda a nossa atividade ao trabalho formal da atenção, quando permanecemos numa abstração negativa, perante o esforço da imaginação e nos despojamos de todo o preconceito, de toda a idéia preconcebida.

Entretanto, ao atribuir-se esta liberdade aos objetos, recusa-se qualquer liberdade à apreensão subjetiva.

Com efeito, o conteúdo torna-se para a última, em dado, de modo que a autodeterminação subjetiva é substituída pela simples recepção, simples percepção da objetividade existente.

Assim se pretende que a verdade só será atingida após a submissão da subjetividade”.







HEGEL, G. W. F. “Estética – A Idéia e o Ideal”. Tradução de Orlando Vitorino. In. _________ Hegel. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Os pensadores).

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Wilhelm_Friedrich_Hegel

Um comentário:

Helena disse...

Uma reflexão fantástica!