quarta-feira, 9 de abril de 2008

BACHELARD (2)



Gaston Bachelard
Em
A Filosofia do não.
(trechos)





“Para o filósofo que, por profissão, encontra em si verdades primeiras, o objeto tomado em bloco não tem dificuldade em confirmar princípios gerais.
As perturbações, as flutuações, as variações também não perturbam o filósofo.
Ou ele as despreza como pormenores inúteis, ou as amontoa para se convencer da irracionalidade fundamental do dado.
Em qualquer dos casos, o filósofo está preparado para desenvolver, a propósito da ciência, uma filosofia clara, rápida, fácil, mas que continua a ser uma filosofia de filósofo”.


“Para o filósofo, as metodologias, tão diversas, tão móveis nas diferentes ciências, dependem apesar disso de um método inicial, de um método geral que deve dar forma a todo o saber, que deve tratar da mesma forma todos os objetos.
Sendo assim, uma tese como a nossa que considera o conhecimento como uma evolução do espírito, que aceita variações, respeitantes à unidade e à perenidade do eu penso, deve perturbar o filósofo”.


“E no entanto é a essa conclusão que devemos chegar se quisermos definir a filosofia do conhecimento científico como uma filosofia aberta, como a consciência de um espírito que se funda trabalhando sobre o desconhecido, procurando no real aquilo que contradiz conhecimentos anteriores.
Antes de mais, é preciso tomar consciência do fato de que a experiência nova diz não à experiência antiga; se isso não acontecer, na se trata, evidentemente, de uma experiência nova”.


“A cultura científica deve determinar modificações profundas do pensamento”.







BACHELARD, Gaston. A filosofia do não ; O novo espírito científico ; A Poética do espaça / Gaston Bachelard. Seleção de textos de José Américo Motta Pessanha. Traduções de Joaquim José Moura Ramos... (et al.) – 2a. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaston_Bachelard

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