Fernand Braudel
Em
História E Ciências Sociais: A Longa Duração.
“De fato, o historiador não sai jamais do tempo da história: o tempo cola em seu pensamento como a terra à pá do jardineiro”.
“Pessoalmente, no decorrer de um cativeiro bastante moroso, lutei muito para escapar à crônica desses anos difíceis (1940-1945).
Recusar os eventos e o tempo dos eventos era colocar-se à margem, ao abrigo, para olhá-los um pouco de longe, melhor julgá-los e não crer muito.
Do tempo curto, passar ao tempo menos curto e ao tempo muito longo (se existe, este último, só pode ser o tempo dos sábios); depois, chegado a esse termo, deter-se, considerar tudo de novo e reconstruir, ver tudo girar à volta: a operação tem com o que tentar um historiador”.
“De fato, as durações que distinguimos são solidárias umas com as outras: não é a duração que é tanto assim criação de nosso espírito, mas as fragmentações dessa duração”.
“Longa duração, conjuntura, evento se encaixam sem dificuldade, pois todos se medem por uma mesma escala”.
“Para o historiador, tudo começa, tudo acaba pelo tempo, um tempo matemático e demiúrgico, do qual seria fácil sorrir, tempo como que exterior aos homens, “exógeno”, diriam os economistas, que os impele, os constrange, arrebata seus tempos particulares de cores diversas: sim, o tempo imperioso do mundo”.
BRAUDEL, F. Escritos sobre a História. Tradução: J. Guinsburg e Tereza Cristina Silveira da Mota. São Paulo: Perspectiva, 1978.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernand_Braudel
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
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Um comentário:
O tempo...esse palimpsesto eternamente reescrito.
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