segunda-feira, 3 de março de 2008

FEDRO



FEDRO
Em
Fábula XIX do Livro I
(Tradução de Ary de Mesquita)




Esta fábula ensina que a carícia
Dos maus envolve sempre uma malícia.

Certa cadela que esperava filhos,
Para os ter, procurava um bom lugar,
Porém, em vão. Após mil empecilhos,
Uma cova excelente foi achar.

Pediu à dona – uma cachorra boa –
Que lhe cedesse por um tempo breve.
Esta o permite. Quando a hora soa
De devolver a casa, como deve,

A primeira cadela implora à amiga
Que espere um pouco mais. Ela o consente.
Corrido o prazo, volta, e embora diga
Que quer a cova, a outra, azedamente,

Lhe diz: só se tiveres, desgraçada,
Mais força que eu e a minha filharada.






Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fedro


OLIVEIRA, Ary de (Seleção e Prefácio) Poesia – 1o. Volume. Rio de Janeiro/ São Paulo/ Porto alegre: W. M. Jackson Inc. Editores, 1950.

4 comentários:

Luciana Bastos disse...

que má!

Helena disse...

Olá James,

Não conhecia esta fábula.
Maldade e traição! Não se faz...

Voltou de férias?
Gostava de o desafiar para as 6 canções da sua vida.
Tenho muita curiosidade nas suas escolhas.

Um abraço e feliz regresso a casa:)

Anna Flávia disse...

Vá confiar...

Beijo! E que bom você ter voltado. :)

denise disse...

james, que bom que chegou de férias, e obrigada por este espaço que é nosso, mas que vc faz com que exista par nossos deleites.Sobre a fábula , ela me remete a uma situação que vivo neste exato momento . A adminitração pública é assim, te cozinham, depois que vc constrói, dá o melhor de si, se fazem valer de leis para tomar tudo que te resta e usufruir junto as raposas sanguinolentas.