quinta-feira, 10 de julho de 2008

D. T. SUZUKI (3)



D. T. Suzuki
Em
Satori






“O objetivo da disciplina Zen consiste na aquisição de um novo ponto de vista para olhar a essência das coisas.

Caso estejas habituado a pensar logicamente, de acordo com as regras do dualismo, liberta-te delas e chegarás a algo parecido com o ponto de vista Zen.

Suponhamos que tu e eu vivamos no mesmo mundo, mas quem poderá afirmar que aquela coisa comumente chamada de pedra e que está diante da minha janela é a mesma para nós dois?

Tu e eu bebemos uma xícara de chá.

Esse ato é aparentemente comum a nós dois, mas quem poderá dizer a ampla separação que subjetivamente existe entre o teu ato de beber e o meu?

Quando tu bebes, pode não haver Zen, mas enquanto eu o faço estou cheio dele.

A razão é a seguinte: “Tu moras num círculo lógico, ao passo que eu estou fora dele”.



“Satori pode ser definido como um olhar intuitivo no âmago das coisas, em contraposição à sua compreensão intelectual ou lógica”.



“No Zen tem de haver satori.
Tem de haver uma revolução que destrua as antigas acumulações de intelecto e lance novas fundações para uma nova vida”.






SUZUKI, Daisetz Teitaro. Introdução ao Zen-budismo. Tradução de Murilo Nunes de Azevedo. Rio de Janeiro; Ed. Civilização Brasileira, 1961.

Sobre o autor:
http://en.wikipedia.org/wiki/Daisetz_Teitaro_Suzuki

Um comentário:

AC disse...

Mas quantos podem suportar o satori? Já parou pra pensar nisso? As vezes eu penso por exemplo coom deve ter sido quase insuportável ser fernando pessoa. Eu ainda acho o zen muito intelectual... rs
Buda e Cristo insistiam que a chave é o amor, o amor incondicional por tudo e cada coisa. Só o amor incondicional abole o dualismo, james. Mas quem suporta, quem dá conta?