sábado, 11 de outubro de 2008

ETIENNE DE LA BOÉTIE



Etienne de La Boétie
Em
O Discurso da Servidão Humana.







“Em primeiro lugar creio não haver dúvida de que, se vivêssemos com os direitos que a natureza nos deu e com as lições que nos ensina, seriamos naturalmente obedientes aos pais, sujeitos à razão e servos de ninguém.


Da obediência que cada um, sem outra advertência que a de sua natureza, presta a seus pai e mãe todos os homens testemunham, cada um por si.


Da razão que nasce conosco ou não, o que é uma questão debatida a fundo pelos acadêmicos e abordada por toda a escola dos filósofos, por ora não pensaria falhar ao dizer o seguinte: há em nossa alma alguma semente natural de razão que, mantida por bom conselho e costume, floresce em virtude e, ao contrário, freqüentemente sufocada, aborta, não podendo enfrentar os vícios sobrevindos.


Mas, por certo se há algo claro e notório na natureza, e ao qual não se pode ser cego é que a natureza, ministra de deus e governante dos homens, fez-nos todos da mesma forma e, ao que parece, na mesma fôrma, para que nos entreconhecêssemos todos como companheiros, ou melhor, como irmãos”.





“A primeira razão por que os homens servem de bom grado é que nascem servos e são criados como tais”.






LA BOÉTIE, Etienne de. O Discurso Sobre a Servidão Humana. Tradução de Laymert Garcia dos Santos. Comentários: Claude Lefort, Pierre Clastres e Marilena Chuaí. 3ª. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tienne_de_La_Bo%C3%A9tie

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