terça-feira, 18 de novembro de 2008

LUCRÉCIO



Lucrécio
Em
Da Natureza.






“É bom quando os ventos revolvem a superfície do grande mar, ver da terra os rudes trabalhos por que estão passando os outros; não porque haja qualquer prazer na desgraça de alguém, mas porque é bom presenciar os males que não se sofrem.
É bom também contemplar os grandes combates da guerra travados pelos campos sem que haja de nossa parte qualquer perigo.

Mas nada há de mais agradável do que ocupar os altos e serenos lugares fortificados pelas doutrinas dos sábios, donde se podem ver os mais errar por um lado e outro e procurar ao acaso o caminho da vida, lutar à força de talento, ter rivalidades de nobreza e esforçar-se, com trabalho de dias e de noites, por alcançar as maiores riquezas e apoderar-se do governo.

Ó pobres espíritos humanos, ó cegos corações!
Através de que trevas e perigos se passa o pouco tempo de vida!
Não sente cada um o que a natureza a gritos proclama que esteja sem dor o corpo e goze a mente, fora de medo e de cuidado, de um agradável sentimento?”




“Por isso, visto em nada serem os tesouros úteis ao corpo, nem a nobreza nem a glória de mandar, o que falta é pensar que também não são úteis ao espírito”.








CARO, Tito Lucrécio. “Da Natureza”; Tradução e notas de Agostinho da Silva. Estudos introdutórios de E. Joyau e G. Ribbeck. In. CIVITA, Victor (Editor). Epicuro, Lucrécio, Cícero, Sêneca, M. Aurélio. 1ª. Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores)

Sobre o autor:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lucr%C3%A9cio

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