sábado, 15 de novembro de 2008

R. D. LAING



R. D. Laing
Em
O Eu e os Outros.






“A identidade da pessoa não pode ser completamente abstraída de sua identidade-para-os-outros; de sua identidade-para-si-mesma; da identidade que os outros lhe atribuem; da identidade que ela atribui aos outros; da identidade ou identidades que julga que lhe atribuem, ou que pensa que eles pensam que ela pensa que eles pensam...

“Identidade” é aquilo pelo qual a pessoa se sente a mesma, neste lugar, neste momento, como naquele momento e naquele lugar, no passado ou no futuro; é aquilo pelo qual se identifica.
Tenho a impressão de que a maioria das pessoas tende a achar que são os mesmos seres contínuos, desde o nascimento até a morte.
E esta “identidade”, quanto mais fantasiosa, tanto mais defendida será.

A “identidade” torna-se às vezes um “objeto” que alguém possui ou julga que perdeu e se põe a procurar.
Inúmeras fantasias primitivas estão ligadas à identidade e sua objetificação.
A busca de “identidade” tão freqüentemente hoje invocada não passa às vezes de um cenário de fantasia.

Intensa frustração resulta do fracasso na busca daquele “outro” exigido para o estabelecimento de uma “identidade” satisfatória”.






LAING, Ronald David. O Eu e os Outros. O Relacionamento Interpessoal. Tradução de Áurea Brito Weissenberg. Petrópolis, Vozes, Lisboa, Centro dói Livro Brasileiro, 1972.

Sobre o autor:
http://en.wikipedia.org/wiki/R._D._Laing

4 comentários:

Só- Poesias e outros itens disse...

Gostei desta reflexão.

bjs.

Ju Gioli

L.Reis disse...

...facto é, que nunca ninguém se atreveu a despir todas as máscaras...

Leila disse...

Amei... Somos o(s) outro(s)tambem.

Mille Casillera disse...

Eu li este livro recentemente e achei fantástico. Eu o encontrei por acaso velho e empoeirado na minha estante de livros, li e me surpreendi, não esperava muita coisa de um livro tão antigo. A parte que mais me impressiona é quando o autor fala das duplas ligações usando exemplo de uma mãe que quer e não quer ser abraçada pelo filho e a sufocante e pertubadora carta recebida pelo jovem Roddy.