sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

JOHN DEWEY



John Dewey
Em
Reconstrução Em Filosofia.






“Todos sabem que os homens, que iniciaram a revolução no domínio das ciências naturais, julgavam o espaço e o tempo não só independentes um do outro, como também das coisas que existiam e dos acontecimentos que decorriam em seu meio.

Uma vez que a aceitação de entidades fixas fundamentais – das quais são exemplos o espaço, o tempo e os átomos imutáveis – dominava a ciência “natural", não admira que tal pressuposto constituísse, em forma mais generalizada, os alicerces sobre os quais a filosofia viria erguer sua estrutura.

As doutrinas filosóficas, que discordavam virtualmente acerca de tudo, eram no entanto concordes nesse ponto, a saber, em admitir que à filosofia, enquanto tal, competia à busca do que é imutável e último – daquilo que é – sem se preocupar com o temporal ou com o espacial.

Foi neste estado de coisas, vigente na esfera da ciência natural, bem como nos padrões e princípios éticos, que se introduziu recentemente a descoberta de que a ciência natural, mercê de seu próprio desenvolvimento, é forçada a abandonar a hipótese da fixidez e a admitir que o que para ela é realmente “universal” é o processo; contudo, quer na filosofia, quer na opinião popular, até nossos dias, não se atribuiu a este fato da ciência moderna senão um caráter técnico, em vez de, nele, se ver aquilo que realmente é: a descoberta mais revolucionária até agora”.






DEWEY, John. Reconstrução Em Filosofia. Tradução de Antônio Pinto de Carvalho, revista por Anísio Teixeira. 2ª. Ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Dewey

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