quinta-feira, 6 de maio de 2010

JOHN MILTON



John Milton
Em
Paraíso Perdido.






“Que importa onde eu esteja, se eu o mesmo
Sempre serei, – e quanto posso, tudo?...
Tudo... menos o que é esse que os raios
Mais poderoso do que nós fizeram!
Nós ao menos aqui seremos livres,
Deus o Inferno não fez para invejá-lo;
Não quererá daqui lançar-nos fora;
Poderemos aqui reinar seguros.
Reinar é o alvo da ambição mais nobre,
Inda que seja no profundo Inferno;
Reinar no Inferno preferir nos cumpre
À vileza de ser no Céu escravos”.





“Eis Belial do outro lado se levanta,
O anjo mais belo que perdeu o Empíreo;
Todo era graças, era grados todo.
Tal dignidade ostenta no semblante
Que só rasgos de heroísmo em si inculca;
Era em tudo porém frívolo e falso
A sua voz, de que maná goteja,
Tantos encantos tem, tanto arrebata
Que mostra puras as razões mais torpes,
E torna embaraçados e perplexos
Os mais previstos e maduros planos;
Com perspicácia suma induz ao vício,
Ante as altas ações afrouxa e treme;
Aos ouvidos apraz quando ele exprime;
Cobre alma vil com porte de grandeza”.






MILTON, John. Paraíso Perdido. Tradução de Antônio José de Lima Leitão. Rio de Janeiro: W. M. Jackson Inc., 1956. Disponível em:
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/paraisoperdido.html

Sobre John Milton clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Milton

Nenhum comentário: