sábado, 9 de outubro de 2010

CHARLES PÉGUY



Charles Péguy
Em
Da razão.




“A razão não procede pela via da autoridade.

Como não admite de quem ensina nenhuma intimidação, chantagem nem ameaça, como não acolhe nenhum exercício de força, nenhum excesso de poder, nenhum poder, mandamento, abuso nem golpe de Estado, não presume naquele que é ensinado nenhuma covardia.

É, pois, trair a razão, é fazer desarrazoar a razão querer garantir o triunfo da razão pelos meios da autoridade”.





“Um dos modos mais perigosos da demagogia é mascarar ao povo as suas incompetências inevitáveis, provisórias, mas provisoriamente inevitáveis”.





“O verdadeiro libertário sabe entrever a autoridade em toda a parte onde ela exerce sevícias; e em nenhum lado ela é tão perigosa como onde reveste as aparências da liberdade”.





"Nem sempre e genuinamente revolucionária, a razão também não é sempre e verdadeiramente tradicional.

Mas é genuinamente racional e razoável”.





“Assim como não devemos ligar-nos à revolução social e impor às humanidades futuras os nossos sistemas, também não devemos impor-lhes sistemas herdados, mesmo que fossem herdados de revolucionários.

Não devemos impor-lhes, comunicar-lhes, passando por nós, sistemas antigos”.





“Não é necessário que, depois de ter sofrido por causa da nossa negligência, o povo seja hoje deformado pela nossa complacência.

Não é necessário que, tendo sofrido por causa da ignorância em que foi deixado, seja hoje deformado por um semi-saber, que é sempre um falso saber”.







PÉGUY, Charles. Da Razão. Tradutor: Artur Morão. Cavilha: Universidade da Beira Interior, 2009. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/peguy_charles_da_razao.pdf

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