sábado, 30 de outubro de 2010

T. S. ELIOT



T. S. Eliot
Em
Notas para uma definição de cultura.





“Quando se aplica o termo “cultura” à manipulação de organismos inferiores – à obra do bacteriologista, ou do agriculturalista – o significado é bastante claro, pois é possível alcançar unanimidade com respeito aos objetivos a atingir, e podemos concordar quando os atingimos ou não.

Quando é aplicado à melhoria da mente e do espírito humanos – estamos menos aptos a concordar com o que é a cultura”.





“Qualquer religião, enquanto dura e em seu próprio nível, dá um significado aparente à vida, fornece a estrutura para uma cultura, e protege a massa da humanidade do tédio e do desespero”.





“Aquilo que normalmente chamamos de compreensão de outro povo, logicamente, é uma aproximação da compreensão que fica perto do ponto no qual o estudioso começaria a perder alguma essência de sua própria cultura.

O homem que, para compreender o mundo interior de uma tribo canibal, tenha aderido à prática do canibalismo provavelmente foi longe demais: nunca mais poderá ser de fato um dos seus novamente”.





“O canal primário de transmissão de cultura é a família: nenhum homem escapa do tipo, ou ultrapassa totalmente o grau de cultura que adquiriu de seu ambiente primitivo”.





“O que propus não é uma “defesa da aristocracia” – uma ênfase sobre a importância de um órgão da sociedade.

É antes um apelo em favor de uma forma de sociedade na qual uma aristocracia teria uma função peculiar e essencial, tão peculiar e essencial quanto a função de qualquer outra parte da sociedade.

O que é importante é uma estrutura de sociedade na qual haverá, do “topo” a “base”, uma gradação contínua de níveis culturais; é importante lembrar que não deveríamos considerar os níveis superiores como possuidores de mais cultura do que os inferiores, mas como representantes de uma cultura mais consciente e de maior especialização da cultura.

Inclino-me a crer que nenhuma democracia verdadeira pode manter-se a menos que contenha esses níveis diferentes de cultura”.





“É improvável, em toda a massa de texto impresso, que as obras mais originais e mais profundas alcancem os olhos ou chamem a atenção de um grande público, ou mesmo de um bom número de leitores que são capazes de apreciá-las.

As idéias que exaltam uma tendência atual ou uma atitude emocional chegam mais longe; e outras serão destorcidas a fim de se adaptarem ao que já é aceito”.






ELIOT, T. S. Notas para uma definição de cultura. Tradução de Geraldo Gerson de Souza; Revisão de Plínio Martins Filho. São Paulo: Editora Perspectiva, 1988. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/7208355/Notas-Para-Uma-Definicao-de-Cultura-T-S

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