terça-feira, 23 de novembro de 2010

GILLES DELEUZE (2)



Gilles Deleuze
Em
Diferença e repetição.





“O erro “estóico” é esperar a repetição da lei da natureza.

O sábio deve converter-se em virtuoso; o sonho de encontrar uma lei que torne possível a repetição passa para o lado da lei moral.

Sempre uma tarefa a ser recomeçada, uma fidelidade a ser retomada numa vida cotidiana que se confunde com a reafirmação do Dever”.





“O movimento do nadador não se assemelha ao movimento da onda; e, precisamente, os movimentos do professor de natação, movimentos que reproduzimos na areia, nada são em relação aos movimentos da onda, movimentos que só aprendemos a prever quando os aprendemos praticamente como signos.

Eis por que é tão difícil dizer como alguém aprende: há uma familiaridade prática, inata ou adquirida, com os signos, que faz de toda educação alguma coisa amorosa, mas também mortal.

Nada aprendemos com aquele que nos diz: faça como eu.

Nossos únicos mestres são aqueles que nos dizem “faça comigo” e que, em vez de nos propor gestos a serem reproduzidos, sabem emitir signos a serem desenvolvidos no heterogêneo”.





“A negação é a diferença, mas a diferença vista do menor lado, vista de baixo.

Ao contrário, endireitada, vista de cima para baixo, a diferença é a afirmação”.





“É contraindo que somos hábitos, mas é pela contemplação que contraímos.

Somos contemplações, somos imaginações, somos generalidades, somos pretensões, somos satisfações.

Com efeito, o fenômeno da pretensão é somente ainda a contemplação contraente, pela qual afirmamos nossa própria satisfação enquanto contemplamos.

Não nos contemplamos, mas só existimos contemplando, isto é, contraindo aquilo de que procedemos”.





“Todo mundo” bem sabe que, de fato, os homens pensam raramente e o fazem mais sob um choque do que no elã de um gosto”.





“Fazem-nos acreditar que os problemas são dados já feitos e que eles desaparecem nas respostas ou na solução; sob este duplo aspecto, eles seriam apenas quimeras.

Fazem-nos acreditar que a atividade de pensar, assim como o verdadeiro e o falso em relação a esta atividade, só começa com a procura de soluções, só concerne às soluções”.







DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. Tradução de Luiz Orlandi e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1988. Disponível em: http://www.visionvox.com.br/biblioteca/d/DELEUZE,-Gilles-Diferença-e-Repetição.txt

Sobre Deleuze clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gilles_Deleuze

Um comentário:

Lengo D'Noronha disse...

Muito boa postagem. Caiu na cabeça na hora certa e sem guarda chuva.
Abç.