quinta-feira, 25 de novembro de 2010

PAUL LAFARGUE



Paul Lafargue
Em
O Direito à preguiça.






“Uma estranha loucura se apossou das classes operárias das nações onde reina a civilização capitalista.
Esta loucura arrasta consigo misérias individuais e sociais que há dois séculos torturam a triste humanidade.
Esta loucura é o amor ao trabalho, a paixão moribunda do trabalho, levado até ao esgotamento das forças vitais do indivíduo e da sua progenitora.
Em vez de reagir contra esta aberração mental, os padres, os economistas, os moralistas sacrossantificaram o trabalho.
Homens cegos e limitados quiseram ser mais sábios do que o seu Deus; homens fracos e desprezíveis quiseram reabilitar aquilo que o seu Deus amaldiçoara.
Eu, que não confesso ser cristão, economista e moralista, recuso admitir os seus juízos como os do seu Deus, recuso admitir os sermões da sua moral religiosa, econômica, livre-pensadora, face às terríveis conseqüências do trabalho na sociedade capitalista”.





“Uma vez acocorada na preguiça absoluta e desmoralizada pelo prazer forçado, a burguesia, apesar das dificuldades que teve nisso, adaptou-se ao seu novo estilo de vida.
Encarou com horror qualquer alteração.
A visão das miseráveis condições de existência aceites com resignação pela classe operária e a da degradação orgânica gerada pela paixão depravada pelo trabalho aumentava ainda mais a sua repulsa por qualquer imposição de trabalho e por qualquer restrição de prazeres”.





“Num regime de preguiça, para matar o tempo que nos mata segundo a segundo, haverá sempre espetáculos e representações teatrais; é um trabalho adotado especialmente para os nossos burgueses legisladores.
Organizá-los-emos em bandos que percorrem as feiras e as aldeias, dando representações legislativas”.





“Se, desenraizando do seu coração o vício que a domina e avilta a sua natureza, a classe operária se erguesse com a sua força terrível, não para reclamar os Direitos do Homem, que não são senão os direitos da exploração capitalista, não para reclamar o Direito ao Trabalho, que não é senão o direito à miséria, mas para forjar uma lei de bronze que proíba todos os homens de trabalhar mais de três horas por dia, a Terra, a velha Terra, tremendo de alegria, sentiria saltar nela um novo universo.
Mas como pedir a um proletariado corrompido pela moral capitalista uma revolução viril?”







LAFARGUE, Paul. O Direito à Preguiça. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/direitopreguica.html

Sobre Paul Lafargue clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Lafargue

Um comentário:

vanessa cony disse...

James!Primeiro como consegue enriquecer tanto seu blog?
Apesar de alguns assuntos serem muito distantes de mim sempre acho que aprendo alguma coisa.
Como mulher,trabalhadora,tenho plena convicção que deveríamos trabalhar menos do que trabalhamos.rsrsrPor que forma queimar sutiãs?