sexta-feira, 18 de julho de 2008

NIETZSCHE (16)



Friedrich Nietzsche
Em
A Minha Irmã e Eu






“A mim próprio pergunto: acaso eu teria odiado com tanto ardor e afinco o cristianismo se não me rendesse tão completamente aos seus afagos, nos inocentes dias da infância?”


“Se eu tivesse cedido aos apelos dessa natureza primária que há em todos os homens e querer estar em paz com o status quo, tanto poderia ter sido músico como teólogo.
Mas em qualquer das coisas chegaria, por certo, a ser muito medíocre.
A escolha final, que me converteu em filósofo, é realmente um ato de profunda covardia.
Em primeiro lugar, eu tinha medo de nunca poder chegar à grandeza de um Wagner; em segundo lugar, não me admitia como segundo violino de nada, nem mesmo de Deus”.


“Nunca deixei de me educar, e mesmo de pés para a cova e enquanto o fluxo da transfiguração persistir, o meu juízo sobre a vida vai se alternando com o tumulto dos fatos que me rodeiam.
A minha mortalha está em curso e pouco falta para me juntar aos antepassados, mas o meu cérebro ainda trabalha e agita idéias complexas”.


“Durante toda a vida lutei contra este conceito de igualdade; travei um desesperado combate para manter o espaço social, a sensação de distancia entre mim e os meus inferiores.
Agora, porém, que homem na terra me é inferior?
Tenho os membros paralisados, o cérebro fendido e esta grande cabeça, a maior desde Aristóteles, a ser amassada com a massa da imbecilidade”.


“Tudo isto é magnífico e nobre, mas realmente desejo uma mulher, seja ela quem for”.






NIETZSCHE, F. A Minha Irmã e Eu. Tradução de Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Ed. Moraes Ltda.1992.

Um comentário:

bsh disse...

Nietzsche era controverso. O homem que se regia pelo desejo de poder...

Excelente escola.

http://desabafos-solitarios.blogspot.com/