sábado, 5 de julho de 2008
PABLO NERUDA (8)
As moças
(Pablo Neruda)
Ó moças que buscáveis
o grande amor, o grande amor terrível,
o que aconteceu, moças?
Talvez
o tempo, o tempo!
Porque agora,
aqui está, vê como passa
assustando as pedras celestes,
destruindo as flores e as folhas,
com ruído de espumas açoitadas
contra todas as pedras de teu mundo,
com um cheiro de esperma e de jasmins,
perto da lua sangrente!
E agora
tocas a água com teus pés pequenos,
com seu pequeno coração
e não sabes o que fazer!
São melhores
certas viagens noturnas,
certos apartamentos,
certos divertidíssimos passeios,
certos bailes sem maior conseqüência
do que seguir a viagem!
Morre de medo ou de frio,
ou de dúvida,
que eu com meus grandes passos
a encontrarei
dentro de ti
ou longe de ti,
e ela me encontrará,
a que não tremerá diante do amor,
a que estará fundida
comigo
na vida ou na morte!
NERUDA, Pablo. Os Versos do Capitão. Tradução de Thiago de Mello. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992.
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Um comentário:
[suspiros...]
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