SONETO
(Lope de Vega)
Lucinda, a loira, quando um’ave abria
Certa vez a gaiola, a prisioneira,
Da gaiola escapando-se ligeira,
Deixou confusa a moça... E esta dizia:
“Ave, por que me foges e erradia
Voas? Todavia no bosque forasteira,
Laço, armadilha ou bala traiçoeira
De fazer caçador te aguarde um dia!
Por que ao risco e ao perigo dás a vida?
Por que...?” – Mas nisto, de queixosa, em pranto
Desfez-se toda a pálida senhora...
E a ave à gaiola volta comovida,
Comovida por vê-la chorar tanto,
Que tanto pode uma mulher que chora.
(Tradução de Raimundo Correia)
DE OLIVEIRA, Ary. (Seleção e Prefácio). Poesia – 1o. Volume. Rio de Janeiro/ São Paulo/ Porto alegre: W. M. Jackson Inc. Editores, 1950.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/f%c3%A9lix_Lope_de_Vega
Sobre o tradutor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Raimundo_Correia
Um comentário:
Não há nada como a liberdade...
Beijocas grandes
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