quinta-feira, 20 de novembro de 2008

BAUDELAIRE (4)



Charles Baudelaire
Em
O Dândi






“Esses seres não têm outra ocupação senão cultivar a idéia do belo em suas próprias pessoas, satisfazer suas paixões, sentir e pensar.

Possuem, a seu bel-prazer e em larga medida, tempo e dinheiro, sem os quais a fantasia, reduzida ao estado de devaneio passageiro, dificilmente pode ser traduzida em ação.

Infelizmente, é bem verdade que, sem o tempo e o dinheiro, o amor não pode ser mais do que uma orgia de plebeu ou o cumprimento de um dever conjugal.

Em vez da fantasia ardente ou sonhadora, torna-se uma repugnante utilidade”.




“Se falo de amor a propósito do dandismo, é porque o amor é a ocupação natural dos ociosos”.




“Se me referi ao dinheiro, é porque o dinheiro é indispensável aos que cultuam as próprias paixões; mas o dândi não aspira ao dinheiro como a uma coisa essencial; um crédito ilimitado poderia lhe bastar: ele deixa essa grosseira paixão aos vulgares mortais”.




“É antes de tudo a necessidade ardente de alcançar uma originalidade dentro dos limites da conveniência”.



“É o prazer de provocar admiração e a satisfação orgulhosa de jamais ficar admirado”.




“O dandismo é um sol poente; como o astro que declina, é magnífico, sem calor e cheio de melancolia”.






BAUDELAIRE, Charles. Sobre a Modernidade. Sem indicação de tradutor. São Paulo / Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Baudelaire

Sobre “dandismo”:
http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/D/dandismo.htm

Um comentário:

Cadu Oliveira disse...

Virei seguidor.

Achei o blog por acaso, buscando sobre Anacreonte. Fui ver o conteúdo e achei realmente muito bom!

Grande abraço.