Ezio Flavio Bazzo
Em
A arte de cuspir.
“Ao contrário do que cacarejam os ditos “espiritualistas”, não resta dúvidas de que o que vale mesmo, é a matéria.
Fico olhando para o mármore de meu banheiro, para as estatuetas de bronze camufladas no meio de meus livros e, tanto o mármore como o bronze exibem uma robustez invejável.
Enquanto nós, com nossa pretensa transcendência, vamos literalmente apodrecendo, virando merda ambulante, eles ficam cada dia mais radiantes.
Apesar do messianismo e de todas as promessas, para todos os lados só se vê espanto, sofrimento, fadiga, desespero, dor... e, na melhor das hipóteses, uma cegueira sem precedentes.
No mínimo, é cômica e debilóide a ilusão de que esse invólucro de dejetos possa, um dia, deixar de sê-lo...”.
“A vida é uma maratona de mutilados onde mesmo os “vitoriosos” continuam sabendo que sua deficiência não tem cura”.
“Cada vez que meus filhos me obrigam a explicar-lhes os crimes, a corrupção e o mau-caratismo do mundo adulto, sou tomado por uma vergonha atroz”.
“A dificuldade não está em manter-e dentro da pretensa “normalidade”, mas sim em suportar a certeza de que ela é uma anomalia grave”.
BAZZO, Ezio Flavio. A arte de cuspir (ou a dialética dos porcos). Brasília: Lilith publicadora e Cia., 1994.
Sobre Ezio Flavio Bazzo clique
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ezio_Flavio_Bazzo
Seus livros podem ser encontrados no site http://home.yawl.com.br/hp/eziob/.
Um comentário:
Não deixa de ter sentido. rs
Beijo
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