terça-feira, 19 de agosto de 2008

HELVÉTIUS



HELVÉTIUS
Em
Do Espírito





“Quando o célebre Rochefoucault disse que o amor-próprio é o princípio de todas as nossas ações, como a ignorância da verdadeira significação desse termo amor-próprio levantou pessoas contra esse ilustre autor!

Tomou-se o amor-próprio como orgulho e vaidade e imaginou-se, por conseguinte, que Rochefoucault colocava no vício a fonte de todas as virtudes.

No entanto, era fácil perceber que o amor-próprio, ou o amor a si, não era outra coisa a não ser um sentimento gravado em nós pela natureza, que esse sentimento se transformava em cada homem em vício ou virtude, segundo os gostos e as paixões que o animavam; e que o amor-próprio, diferentemente modificado, produzia igualmente o orgulho e a modéstia”.


“O conhecimento dessas idéias teria preservado Rochefoucault da censura tão repetida de que ele via a humanidade negra demais; ele a conheceu tal como é”.


“Para amar os homens é preciso esperar pouco deles: para ver os seus defeitos sem amargor é preciso acostumar-se a perdoá-los e sentir que a indulgência é uma justiça que a fraca humanidade tem direito de exigir da sabedoria”.








HELVÉTIUS, Claude-Adrien. Do Espírito. Tradução de Nelson Aguilar. In.CIVITA, Victor (editor) Textos Escolhidos: Condillac/ Helvetius/ Degerando. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os pensadores)

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Claude_Adrien_Helv%C3%A9tius

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