sexta-feira, 20 de junho de 2008
MATIAS AIRES (3)
Matias Aires
Em
Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens
Reflexão 67
“Todos conhecemos os delírios, a que a vaidade nos incita, mas nem por isso deixamos de os seguir.
Parece que cada um de nós tem duas vontades sempre opostas entre si; ao mesmo tempo queremos, e não queremos; ao mesmo tempo condenamos, e aprovamos; ao mesmo tempo buscamos e fugimos; amamos e aborrecemos.
Temos uma vontade pronta para conhecer, e detestar o vício; mas também temos outra pronta para o abraçar; uma vontade nos inclina, a outra arrasta-nos: a vontade dominante é a que segue o partido da vaidade; por mais que queiramos ser humildes, e que tenhamos vontade de desprezar o fausto, a vontade contrária sempre vence.
E se acaso se conforma, a violência com que o faz, é um sacrifício.
A vaidade é uma espécie de concupiscência, não se lhe resiste com as forças do corpo, com as do espírito sim; a carne não é frágil só por um princípio, mas por muitos, e a vaidade não é o menor deles”.
AIRES, Matias. Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens. Introdução de Alceu Amoroso Lima. Ilustrações de Santa Rosa. São Paulo: Livraria Martins Editora S. A., 1955.
Texto Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me002989.pdf
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Matias_Aires
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