segunda-feira, 16 de junho de 2008

ROBERT LOUIS STEVENSON



Robert Louis Stevenson
Em
O Médico e o Monstro







“Entre os dois sentia que tinha agora de escolher.
As minhas duas naturezas tinham memória em comum, mas todas as outras faculdades eram distribuídas muito desigualmente entre elas”.


“Preferi, então, o doutor já envelhecido e insatisfeito, mas rodeado de amigos e a alimentar honestas esperanças.
Dei um resoluto adeus à liberdade, à relativa juventude, ao passo leve, aos impulsos saltitantes e aos prazeres secretos que gozara na máscara de Hyde.
Talvez fizesse essa escolha com alguma reserva inconsciente, porque não desisti da casa em Soho, nem destruí as roupas de Eduard Hyde que tenho sempre prontas no meu gabinete.
Porém durante dois meses fui fiel à minha resolução.
Levei durante esses dois meses uma vida de tal severidade como nunca tinha levado, e gozei as compensações de uma boa consciência.
Logo o tempo começou afinal a obliterar o frescor de meu alarma.
Os louvores da consciência passaram a ser uma questão de hábito.
Comecei a ficar torturado com dores e anseios.
Era Hyde que lutava pela liberdade.
Finalmente, numa hora de fraqueza moral, compus mais uma vez e mais uma vez engoli a droga metamorfoseante”.


“Meu demônio, que por muito tempo tinha estado engaiolado, saiu rugindo.
No momento em que tomei a droga fiquei consciente de uma propensão mais desenfreada e furiosa para o mal.
Devia ter sido isto, suponho, que desencadeou na minha alma a tempestade de impaciência com que ouvi as cortesias de minha infeliz vítima”.






STEVENSON, R. L. O Médico e o Monstro. Tradução de Joaquim Machado. São Paulo: Edições Melhoramentos, s/data.

Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Louis_Stevenson

Um comentário:

Sei que existes disse...

Julgo que todos nós temos de fazer uma escolha semelhante, diariamente...
Beijocas grandes