terça-feira, 26 de agosto de 2008
RAINER MARIA RILKE
A SOLTEIRONA
(Rainer Maria Rilke)
Leve, como após a morte,
as luvas e o lenço toma.
Da cômoda, um cheiro forte
suplanta o dileto aroma
tão próprio, de antigamente.
Já vaidosa não indaga
(a algum remoto parente):
– Que tal? – e em sonhos divaga
na alcova, que assim bonita
conserva e trata e aprimora:
porque certamente a habita
a mesma moça de outrora.
RILKE, Rainer Maria. Poemas de Rainer Maria Rilke. Tradução, introdução e notas de Geir Campos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1953.
Sobre o autor:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rainer_Maria_Rilke
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2 comentários:
Muito obrigada pelo comentário.
Fico feliz que tenha gostado.
Um beijo.
muito bom este, ainda mais pela delicadeza com que trata o assunto.
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