quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

JUNG (3)



C. G. Jung
Em
Memórias, Sonhos, Reflexões.






“Se admitirmos que haja uma continuação no “além”, só poderemos conceber um modo de existência que seja psíquico; pois a vida da psique não tem necessidade de espaço ou tempo.
A existência psíquica – e sobretudo as imagens interiores de que nos ocupamos desde agora – oferecem matéria para todas as especulações míticas sobre uma vida no além, e esta eu represento como um caminhar progressivo através do mundo das imagens.
Desse modo a psique poderia ser essa existência na qual se situa o “além” ou o “país dos mortos”.
Inconsciente e “país dos mortos” seriam, nessa perspectiva, sinônimos”.




“Em geral as representações que os homens fazem do além são determinadas por seus desejos e preconceitos.
É por este motivo que freqüentemente representações claras e serenas são associadas ao além.
Mas isso não me convence.
Custa-me imaginar que após nossa morte aterrisaremos em suaves campinas floridas.
Se tudo fosse claro e bom no além, deveria haver amistosas comunicações entre nós e os numerosos espíritos bem-aventurados, e, por conseguinte, veríamos descer sobre nós em estado pré-natal, efusões de beleza e bondade.
O que acontece não é isso.
Por que esta insuperável barreira entre os mortos e os vivos?
A metade, pelo menos, das narrações de encontros com espíritos dos mortos versa sobre episódios aterradores e a regra é que na morada dos mortos reina um silêncio glacial, um desprezo pela dor dos abandonados”.




“O mundo em que entramos após a morte será grandioso e assustador, à semelhança da divindade e da natureza que conhecemos”.






JUNG, C. G. Memórias, Sonhos, Reflexões. Compilação e Prefácio de Aniela Jaffé. Tradução de Dora Ferreira da Silva. 12ª. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

Sobre o autor:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Gustav_Jung

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