segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

CÉSAR BECCARIA



César Beccaria
Em
Dos Delitos e das Penas.






“Para que uma pena seja justa, deve ter apenas o grau de rigor bastante para desviar os homens do crime.
Ora, não há homem que possa vacilar entre o crime, mal grado a vantagem que este prometa, e o risco de perder para sempre a liberdade.

Assim, pois, a escravidão perpétua, substituindo a pena de morte, tem todo o rigor necessário para afastar do crime o espírito mais determinado.
Digo mais: encara-se muitas vezes a morte de modo tranqüilo e firme, uns por fanatismo, outros por essa vaidade que nos acompanha mesmo além do túmulo.
Alguns, desesperados, fatigados da vida, vêem na morte um meio de se livrar da miséria.
Mas, o fanatismo e a vaidade desaparecem nas cadeias, sob os golpes, em meio às barras de ferro.
O desespero não lhes põe fim aos males, mas os começa.

Nossa alma resiste mais à violência das dores extremas, apenas passageiras, do que ao tempo e à continuidade do desgosto.
Todas as forças da alma, reunindo-se contra males passageiros, podem enfraquecer-lhes a ação; mas, todas as molas acabam por ceder a penas longas e constantes”.







BECCARIA, César. “Dos Delitos e das Penas”. Tradução de Antônio Piccarolo e Leonor de Aguiar. In. Pensadores Italianos. Prefácio de Adolfo Rava. Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre: W. M. Jackson Inc. Editores, 1950.

Sobre o autor:
http://en.wikipedia.org/wiki/Cesare,_Marquis_of_Beccaria

2 comentários:

L.Reis disse...

Quão mais estranho pode ficar um mundo onde há ser humanos que precisam de ser enjaulados...já pensaste?? De nada nos serve a superior inteligência...não caminharemos nunca para a perfeição.

Anônimo disse...

REFLEXÕES é preciso fazer!
Abçs