terça-feira, 22 de setembro de 2009

JONATHAN SWIFT



Jonathan Swift
Em
Uma História de um Tonel.







“Contudo, hei de concluir com três Máximas, que podem servir de Características para distinguir um Verdadeiro Crítico Moderno de um Simulador, e também serão de admirável Serventia àqueles dignos Espíritos que se encaminham a Arte assim tão prestadia e honrada.


A primeira é que a Crítica, ao contrário de todas as outras Faculdades do Intelecto, sempre é tida por melhor e mais verdadeira quando é o primeiríssimo Resultado da Atividade Mental do Crítico: tal como os Caçadores de Aves tomam o primeiro objetivo pelo mais garantido, e raramente erram o Alvo, mesmo se as suas presas não pousam senão por um Segundo.


SEGUNDAMENTE: os Verdadeiros Críticos são conhecidos por seu Talento para enxamear-se ao redor dos mais nobres Escritores, aos quais são conduzidos apenas por Instinto, como um Rato ao melhor Queijo, ou uma Vespa à mais linda Fruta.
De igual modo, quando o Rei passa a Cavalo, vai certo de ser a mais enlameada Pessoa da Companhia, e são aqueles que mais lhe fazem a Corte os que mais o salpicam.


FINALMENTE: um Verdadeiro Crítico, na Leitura de um Livro, é como um Cão num Banquete, cujos Pensamentos e Estômago estão de todo voltados para o que os Comensais jogam fora e, consequentemente, costuma Latir mais quando há menos Ossos.


TUDO isso, penso, é suficiente para servir à guisa de Tributo aos meus Patronos, os Verdadeiros Críticos Modernos, e pode muito bem justificar o meu Silêncio passado, como ainda o que hei provavelmente de guardar no futuro”.







SWIFT, Jonathan. Panfletos Satíricos. Tradução e introdução de Leonardo Fróes. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999.

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Jonathan_Swift

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