quarta-feira, 2 de setembro de 2009

MANOEL DE ABREU



Manoel de Abreu
Em
Meditações.






VII


A verdadeira glória não me pertence
e a ninguém pertence.
Não a vejo na humildade ou na bondade.
São sentimentos humanos.
O homem nasceu num momento de impureza,
o seu destino é o destino do amor
e da fome.
O orgulho envenena a essência da vida.
O orgulho se oculta na sombra da bondade
e da humildade.
A verdadeira glória está no perfeito silêncio,
na manhã clara do perfeito silêncio,
na beatitude do perfeito silêncio.



VIII


O Universo não ama.
O Universo não sofre.
O Universo dorme no bojo morno da noite.
É um sono de ave, livre e inocente.
O Universo está dormindo no teu coração parado.








ABREU, Manuel Dias de. Meditações. Introdução de Álvaro Moreyra. Ilustrações de Candido Portinari. Rio de Janeiro: Officina Graphica Mauá, 1936.

Sobre Manoel de Abreu clique no linque abaixo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Dias_de_Abreu

Um comentário:

Anna Flávia disse...

'O orgulho envenena a essência da vida.' Nada mais certo.


Beijo!