sábado, 19 de setembro de 2009

SCHOPENHAUER (7)



Arthur Schopenhauer
Em
Regras de conduta para bem viver.





“O que representamos, ou, em outros termos, nossa existência na opinião alheia, é, graças a uma fraqueza particular de nossa natureza, geralmente demasiado apreciado, apesar de o menor raciocínio poder dar-nos a entender que em si isso não tem importância alguma para nossa felicidade”.



“Os acontecimentos e os negócios que nos concernem produzem-se e sucedem-se isoladamente, sem ordem nem relação mútua, em contraste notável uns com os outros e sem outra ligação do que dizerem respeito a nós mesmos; daí resulta que os pensamentos e os cuidados necessários deverão ser nitidamente separados, a fim de corresponderem aos interesses que os provocaram”.



“Não se deve ficar desesperado diante de cada absurdo que é dito em público ou na sociedade, que é impresso nos livros e que é bem acolhido ou pelo menos não é refutado; não se deve crer tampouco que isto ficará adquirido para sempre”.



“Para a gente se endurecer, é preciso, enquanto se está com saúde, submeter o corpo em seu conjunto, como em cada uma de suas partes, a muito esforço e cansaço, e acostumar-se a resistir a tudo que pode afeta-lo, por mais brutal que seja.

Assim que se manifesta, pelo contrário, um estado mórbido, seja do todo, seja de uma parte, dever-se-á recorrer imediatamente ao processo contrário, isto é, poupar e tratar por todos os meios o corpo ou sua parte doente; pois aquele que está sofrendo e enfraquecido não é susceptível de endurecimento”.



“Não se deve combater a opinião de ninguém; é preciso pensar que, se quiséssemos dissuadir as pessoas de todos os absurdos nos quais crêem, jamais acabaríamos com isto, mesmo se atingíssemos a idade de Matusalém”.









SCHOPENHAUER, Arthur. Regras de conduta para bem viver. Tradução de Eloy Pontes. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Casa Editora Vecchi, 1966.

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