sexta-feira, 17 de setembro de 2010

AFRÂNIO PEIXOTO

Afrânio Peixoto
Em
Clima e saúde.




“Como a vida reage e se modifica ao meio, há uma arte de ajudar o clima e se adaptar a ele, felizmente Hipócrates, no primeiro livro de higiene que se escreveu, "tratado dos ares, das águas, dos lugares", pressentiu isso...
Há uma concordância entre o tempo e a feição da terra.
Onde ele é rude e desabrido, ela é selvagem e desigual; a terra é boa, quando o céu é clemente.
"Em geral tudo o que cresce sobre a terra participa das qualidades da terra".
Por isso os viventes têm estrutura física e fisiológica correlata. Também os homens, nesses meios diversos, são, por isso mesmo, diversos.
Variam as plantas e os animais: porque não os homens?
As raças humanas são adaptações ao ambiente.
Ambiente climático, principalmente, porque tudo o mais é dependente desse fator essencial. Habitat, alimentação, trabalho, economia, sociologia”.



“Como o mundo se comunica, esses fatores se vão dissolvendo na herança individual, comunicante.
As misturas étnicas baralham os índices — estruturados por longo isolamento dos homens, no mesmo clima, — mas agora, pelas migrações e cruzamentos, reduzidos a confusões incaracterísticas. A raça tende a ser uma prevenção arcaica.
O intercâmbio civilizado mistura e reúne homens, como as idéias.



“É o melting pot.
Se o corpo muda, a alma terá de mudar.
Até as prevenções se desprevenirão... Inevitavelmente.
É dar tempo ao tempo”.





PEIXOTO, Afrânio. Clima e saúde. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1938. Disponível em: http://www.brasiliana.com.br/obras/clima-e-saude-introducao-biogeografica-a-civilizacao-brasileira/pagina/7/texto

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