sábado, 4 de setembro de 2010

MANUEL BOMFIM



Manuel Bomfim
Em
O Brasil.





“Nos povos de grande prestígio intelectual e político, para afirmação e consagração do mesmo prestígio, compõe-se uma "história geral" como complemento da nacional, isto é, cuja "generalização" se distribui especialmente para formar o fundo onde se destaquem os feitos em que se engrandece aquela a que ela vem servir, feitos cuja glória é, necessariamente, sombra para os outros povos.
Resulta, finalmente, que há tantas "histórias universais" quanto há de grandes tradições nacionais que, assim, aparecem como centros de gravitação das outras tradições.
Com isto, o valor geral da história se deturpa, na medida do valor que o historiante atribui ao seu povo, com relação aos fastos da civilização”.





“Feita numa história restrita, a França mais se isola quanto mais se enfaixa, assim, de presunções.
Na França nasceu a Sociologia, primeira expressão do "positivismo".
Ora, apesar do nome, nada menos positivo do que essa construção, onde se prende a evolução do espírito humano à célebre "lei dos três Estados", onde se faz da "ordem" condição essencial à mesma evolução.
Por isso mesmo, contemplemos a obra de Comte.
Ela nos aparece com grandeza de gênio, mas rígida em proporções geométricas, incompatível com a maleabilidade da vida, pois toda essa obra é armada em generalizações preconcebidas”.





“O positivismo, no mesmo desembaraço com que prendeu o "progresso à ordem", distribuiu as raças em "afetivas" e "não afetivas", para acabar organizando as sociedades em teocracia sem Deus... Não havia lugar para o caboclo, muitas vezes indiferente ao progresso, quando a ordem lhe desagrada, e inteiramente alheio a hierarquias, com ou sem Deus”.







BOMFIM, Manoel. O Brasil. Com uma nota explicativa de Carlos Maul. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1935. Disponível em: http://www.brasiliana.com.br/obras/o-brasil

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