sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

ANDRÉ MALRAUX (2)



André Malraux
Em
A Condição Humana.






“Abandono e silêncio.

Carregadas de todos os barulhos da maior cidade da China, ondas de surdo ruído se perdiam ali como, no fundo de um poço, os sons vindos das profundezas da terra; todos os da guerra, e os últimos sacões nervosos de uma multidão que não quer dormir.

Mas era lá longe que viviam os homens; aqui nada restava do mundo, senão uma noite à qual Tchen instintivamente se apegava como a uma amizade súbita; este mundo noturno, inquieto, não se opunha ao crime.

Mundo de onde os homens tinham desaparecido, mundo eterno; não voltaria jamais o dia por sobre aquelas telhas partidas, aquelas ruelas ao fundo das quais um lampião iluminava uma parede sem janelas, um poste de fios telegráficos?

Havia um mundo do assassino, em que ele permanecia como no calor.

Nenhuma vida, nenhuma presença, nenhum ruído próximo, nem sequer um pregão de vendedor, nem sequer cães abandonados”.










MALRAUX, André. A Condição Humana. Tradução de Jorge de Sena. Disponível em:
http://temqueler.files.wordpress.com/2009/12/andre-malraux-a-condicao-humana.doc


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